segunda-feira, 25 de maio de 2009

Desenvolvimento - Parte 1

Um dos aspectos mais fundamentais no enfrentamento das questões relacionadas ao meio ambiente é o desafio ao conceito de "desenvolvimento". Arraigado em nossa cultura, a idéia de "desenvolvimento" é extremamente contraditória, pois ao mesmo tempo em que signica uma coisa boa, justifica todo tipo de barbaridade contra as pessoas, o meio físico e etc.
Desde o final da segunda guerra mundial, em 1945, quando iniciaram-se as articulações no sentido de se dar ao mundo o formato que conhecemos hoje, o "desenvolvimento" se tornou o projeto civilizatório global, sendo adotado na maioria dos países do planeta.
A partir de agora o blog "Reflexações Ambientais" iniciará uma série de artigos que abordarão um pouco das origens e história do desenvolvimento e também suas consequências e contradições.

O conceito de desenvolvimento, e portanto de subdesenvolvimento, foi cunhado pelo então recém eleito presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, no dia 20 de Janeiro de 1949. Nessa data, em seu discurso de posse, o presidente colocou pela primeira vez na história que o mundo era formado por dois tipos de países, desenvolvidos e subdesenvolvidos, condições medidas exclusivamente pelos indicadores econômicos Produto Interno Bruto e Renda per Capta. A partir de 1949, portanto, um país desenvolvido seria aquele que tivesse o PIB e a RPC altos.
Essa proposta, empurrada para o mundo pelo contexto em que se dava, é levada para os mais diversos países e se torna o motor civilizatório do ocidente. Assim, os países são estimulados a convergirem suas energias na elevação do PIB e RPC a qualquer custo.
Claramente, o conceito de desenvolvimento nascente, baseado exclusivamente em indicadores econômicos, vai criar, de um lado, uma ideologia que o sustenta até os dias atuais e, do outro, graves consequências, algumas das quais discutidas no próximo artigo.
*Uma excelente leitura sobre o assunto é o livro 'Global Ecology, a new arena of political conflict', de Wolfgang Sachs, Zedbooks, 1995.