segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Desenvolvimento - Parte 8

Uma iniciativa muito interessante que visa transcender o PIB e mesmo o IDH como indicador de desenvolvimento é o FIB, ou Felicidade Interna Bruta.
Esse conceito nasceu no Butão, pequeno reino do Himalaia, quando o rei começou, no início dos anos 70, a se questionar sobre a validade do PIB como indicador de desenvolvimento. O FIB é construído sobre quatro pilares: economia, cultura, meio ambiente e boa governança, dos quais derivam 9 domínios, de onde são extraídos indicadores para que a “Felicidade” de uma nação seja avaliada. Os domínios são:

Bem-estar psicológico
Meio Ambiente
Saúde
Educação
Cultura
Padrão de vida
Uso do tempo
Vitalidade Comunitária
Boa Governança

Como se vê, a idéia do FIB desafia as tendências hegemônicas de avaliação de desenvolvimento e insere novos fatores que diminuem suas contradições, como por exemplo, na questão da 'boa governança', que diminuirá o padrão de desenvolvimento de um país caso os índices de corrupção pública sejam muito altos, caso caro ao governo atual do Brasil, que busca melhorar o "desenvolvimento" do país apoiando-se em atores políticos historicamente relacionados à corrupção.
Maiores detalhes sobre o FIB podem ser encontrados na página:
http://www.felicidadeinternabruta.com.br/

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Uma ilustração da contradição do processo de desenvolvimento



Há mais de dez anos vivemos uma crise aguda no Oriente Médio com a participação ativa do mundo ocidental, capitaneado pelos Estados Unidos.
O discurso principal é o da difusão de democracia. Vejam como que a 'conquista da democracia' pode também ser vista nesses casos. O que vocês acham?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Desenvolvimento - parte 7

Quando pensamos em desenvolvimento automaticamente nos remetemos aos seguintes fatores: a renda (do país, da cidade, etc) transformada em bens de consumo (assim pensamos que toda pessoa em carros caros é rica, nunca considerando que podem estar afundados em dívidas)e desenvolvimento tecnológico (considerando 'tecnologia' tudo aquilo ligado à informática ou à cibernética, aparatos cada vez menores e que prestam cada vez mais serviços ao mesmo tempo e etc). Esses são pressupostos do desenvolvimento na nossa cultura: aqueles que os têm são desenvolvidos e os que não os têm são SUB, são menos.
Como já discutido em artigos anteriores, esse pensamento leva a uma padronização do mundo e não nos deixa uma escapatória cultural: todos seremos iguais tendo acesso às mesmas e últimas tecnologias.
Dentro desse pensamento, culturas milenares como as indígenas ou orientais são SUB, mesmo sendo milenares. A contradição é que são SUB aqueles que conseguiram construir um modo de vida que os permitiram sobreviver por tanto tempo e que nós, que somos 'desenvolvidos', produzimos um modo de vida que está muito perto da beira do colapso.
Pois bem, por quê, na medida do desenvolvimento, para voltar à questão dos indicadores, não incluimos índices que medem corrupção, violência, degradação do meio ambiente? Assim, automaticamente, um país/estado/cidade/pessoa rica porém corrupta deixaria de ser um modelo de vida para ser um bom mau exemplo.
É apenas questionando os indicadores atuais que medem o desempenho de uma sociedade e introduzindo outros que desqualificam as posturas que geram sofrimento que teremos finalmente uma mudança profunda no nosso modo de vida.
Vocês conhecem um conjunto de indicadores que já faz isso?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Desenvolvimento - Parte 6

Quando analisada de uma maneira objetiva, toda a discussão acerca do 'Desenvolvimento' se refere, por fim, aos indicadores usados para medi-lo. Tradicionalmente, como visto, são exclusivamente econômicos e como consequência reduzem o planeta a uma arena econômica, para usar a expressão de Wolfgang Sachs, e são absolutamente insensíveis a qualquer outro aspecto presente na realidade. Promovem as consequências que todos conhecemos.
Uma tentativa mais abrangente de indicador é o Índice de Desenvolvimento Humano ou IDH, que, além da renda considera também a longevidade do povo e seu nível de educação. Sendo medido desde a década de noventa, o IDH traz novos focos de atenção mas ainda é insuficiente no que se refere à questão ambiental ou à sustentabilidade. Isso pode ser visto no fato de que os países com maior IDH são aqueles que possuem a maior pegada ecológica, ou seja, aqueles que exercem a maior pressão sobre o planeta.
É necessário ir além, portanto.
Termino este artigo com uma provocação: quais seriam os aspectos importantes de serem incluídos em um índice que mede a sustentabilidade, e portanto o real desenvolvimento, de um país?