Primeiro, gostaria de esclarecer que há uma diferença entre sacolas plásticas de supermercados e outras embalagens plásticas. A sacola podemos escolher, e as embalagens plásticas não. Com o tempo, acredito que essa tendência se estenda a outros tipos de materiais. Não eliminaremos os plásticos da vida (e nem as sacolas plásticas), mas o caminho será na racionalização do seu uso, contabilizando inclusive, para isso, os custos ambientais que promovem.
Abaixo alguns dados que devem ter sido usados para justificar essa política:
Primeiro, porque no mundo são produzidas cerca de 500 bilhões de unidades a cada ano (1,4 bilhão por dia ou 1 milhão por minuto). No Brasil, são consumidas 1 bilhão de sacolas todos os meses (média de 66 sacolas por habitante por ano).
Esse nível de produção e consumo indica que o seu uso passou a ser indiscriminado e irresponsável. Ora, mesmo aqueles que alegam que dão finalidade para essas sacolas em suas casas (como eu, é verdade), nenhum de nós é capaz de consumir 66 sacolas por ano/pessoa!!! O que sobra é um absurdo, que vai, no Brasil, com sorte, para os locais de destinação final de lixo (dos quais, infelizmente, 75%, são lixões a céu aberto, ou seja, elas ficam soltas na natureza). E lembre-se que as sacolas plásticas praticamente não possuem valor comercial para catadores, que não vão, portanto, recolhê-las.
Há vários artigos que podem ser encontrados na net, hoje em dia, que demonstram que em alguns locais do planeta, a massa de plástico encontrada por metro cúbico de água dos oceanos é maior do que a massa de fitoplâncton da região (que são os microorganismos que produzem o oxigênio que respiramos). Isso é uma catástrofe, pois estamos pavimentando o fundo dos oceanos (porque todo plástico acaba descendo) com plástico.
Agora, algumas dicas já testadas por mim ao longo do tempo: carrego um conjunto de sacolas retornáveis no porta-malas do meu carro há mais ou menos 12 anos, junto com uma caixa de papelão (que pego nos mercados). Essa mudança nunca me causou nenhum problema e nem custo extra, já que em geral temos dessas sacolas/mochilas em casa, lá naquele quartinho dos fundos, bem atrás das teias de aranha e poeira (e as caixas são gratuitas). É só lavar com frequência e tá tudo bem. Portanto, não é necessário também sair comprando sacolas retornáveis nos supermercados!!!!
Um dado curioso, é que como trabalho com meio ambiente, ouço repetidas vezes reclamações de que as mudanças, para ocorrerem, "tem que pegar no bolso, senão ninguém muda". Aí quando surge a possibilidade de uma mudança que pegue no bolso (só vai pegar de quem não é criativo, no geral), as pessoas reclamam novamente! Não deslegitimo as reclamações, apenas acho curioso.
Por fim, estou também interessado em ver como a população vai se adequar a essa mudança a médio prazo. Espero, sinceramente, que ela "pegue", pois o meio ambiente em geral, certamente os oceanos, e eu como alguém que gosta de surfar (e portanto encontro muito dos nossos sacos plásticos lá), agradeceremos.
Obs: A (péssima) qualidade do ambiente em que vivemos decorre das nossas ações. Se não mudarmos (de fato, fazermos diferente), ela não vai mudar. Ou seja, vai, para pior!!!
Gostaria de ouvir opiniões de quem leu até aqui sobre a questão. Deixe seu recado. Acima compartilho com vocês um conjunto de sacolas interessante que eu comprei (este sim, comprei), há uns 5 anos, para meus pais. Um conjunto interessante que se acopla aos carrinhos dos supermercados e que traz sacolas unidas por velcro, portanto que podem ser separadas e usadas individualmente. Muito práticas e que já economizaram, na sua vida útil, muitas sacolas plásticas.