quarta-feira, 11 de março de 2009

Conferência da Unesco sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável

A partir de agora discutirei algumas questões relativas à Conferência da Unesco sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável que se dará em Bonn, na Alemanha, entre os dias 30 de março e 02 de abril deste ano. Fui selecionado para participar, com mais 24 outros jovens entre 18 e 35 anos, da oficina que antecede a Conferência, chamada de Vozes Jovens da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.
A Conferência e a oficina têm como objetivo fazer uma avaliação da década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável que está em curso desde 2005 e propor sugestões para a sua segunda metade. Para tal os 25 participantes foram selecionados em 4 diferentes grupos para promoverem discussões virtuais sobre temas pré-definidos e, ao final, comporem um texto que trará a sua contribuição para a conferência. Até o encerramento da oficina, um texto compilando as questões dos 4 grupos será formatado, para então ser apresentado na abertura da Conferência. O grupo em que estou inserido está discutindo a construção de parcerias para a educação para o desenvolvimento sustentável. As discussões se dão virtualmente por meio de uma plataforma que foi construída especificamente para tal e postarei aqui aqueles trechos que eu julgar pertinentes sobre as minhas colocações nas discussões. Abaixo vão alguns deles que eu postei hoje:

"Eu considero que qualquer forma de parceria deve ter necessariamente como meta a construção do empodeiramento, da emancipação, da autonomia e do respeito à auto-determinação local. Nós devemos considerar que a unidade humana é na verdade multipla em suas culturas, valores e crenças e que essa percepção deve estar subjacente à qualquer forma de ação. Essa é a principal troca que pode ser alcançada nessa construção de parcerias. Como já foi colocado, há várias experiencias que podem ser compartilhadas e muito a ser aprendido, principalmente de "baixo para cima" e "entre os de baixo", e portanto o desenvolvimento da educação para o desenvolvimento sustentável deveria fortalecer o contato entre localidades".

"Eu considero que nós temos que nos perguntar quais são os valores subjacentes predominantes que nós promovemos. Estamos nós realmente lidando com os problemas na raiz ou com seus sintomas, enquanto os problemas se tornam mais e mais emaranhados e difíceis de se resolver? É importante que avaliemos as contradições dentro da própria idéia de desenvolvimento sustentável enquanto educamos as pessoas para ele, pois as contradições permitem que as velhas ideologias se transvistam e se pareçam com novas ideologias. Claramente nós não estamos vivendo em um paradigma diferente e isso pode ser facilmente percebido na diferença de agilidade de governos e agências para lidar com a crise financeira global (e a quantidade de dinheiro mobilizado) e para lidar com assuntos relativos à sustentabilidade (como as mudanças climáticas e outros). A vida na Terra é menos sustentável hoje do que ela era dez anos atrás e ainda parece que o tema sustentabilidade é percebido como algo para ser lidado quando a economia está bem. Portanto, os discursos de sustentabilidade precisam ser mais incisivos e seus princípios mais presentes e terem maior influência sobre decisões financeiras e econômicas."

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